terça-feira, 13 de abril de 2010

Mecânicas de Ensino e o Mundo Wiki-Google

Estava eu, um número na sala, vendo uma aula de humanas. Sim, sou mesmo de Biológicas, mas aquela aula de História, assim como ja ocorreu em diversas aulas da área, me fez pensar.
Foi citado em aula como a vida é regida pelo sistema vigente. É claro que não foi apenas mais uma crítica à sociedade. Foi algo um pouco diferente do que estava habituado a ouvir, portanto será assunto de meu post.

Pense no modelo atual de aula num cursinho (e em boas escolas, pois em escolas ruins não há aula, portanto meus argumentos iriam por água abaixo). Sem dúvida você pensou numa aula dinâmica, onde todos dão risadas e o professor faz piadinhas. Caso não pensou isso, provavelmente é professor de cursinho ou estuda (ou estudou) em um cursinho sério. É só entrar em uma sala na qual a maioria dos alunos querem entrar na faculdade de medicina que você já percebe que a realidade é muito diferente do imaginado.

Porém não é isso que quero discutir. No modelo atual de cursinho, mesmo que não seja uma eterna brincadeira, como muitos pensam, o conteúdo não é passado em seu tempo integral. A aula tem alguns intervalos, nos quais os professores tentam descontrair trazendo a matéria para mais próximo da realidade dos alunos. Com esse intervalo, normalmente o aluno presta mais atenção, fica mais atento. Também há um tom de impessoalidade no ar. Alunos, como disse antes, são tratados como números. A menos que se esforcem muito para que isso mude (e fazer isso enquanto estuda para os vestibulares das mais diversas faculdades é difícil).

Isso levou à comparação do sistema de aulas no cursinho, algumas faculdades menos "conservadoras", e outras instituições, com a programação da televisão atual. Estamos acostumados a ter um conteúdo pouco denso em um pequeno intervalo de tempo, e ,logo após, uma pausa, usada para as chamadas publicitárias. Esse é um bom motivo pelo qual, por exemplo, alunos estão cada vez menos atentos. Não é preciso prestar muita atenção para entender os "inteligentes" programas populares de hoje. Além disso há uma pausa para absorver esse conteúdo estúpido e superficial, "descansar" do programa principal. Isso nos leva a um desuso de nossa capacidade de concentração, que vai atrofiando enquanto crescemos.

Agora imagine a geração que está crescendo com a internet de banda larga e com incríveis facilidades tecnológicas. Isso pode levar a sérias consequências para o desenvolvimento das capacidades de aprendizado humana. No mundo atual é preciso pouco esforço mental para se conseguir informações, também não nos preocupamos com a veracidade das informações (vide o amplo uso, inclusive meu, das ferramentas Wiki para consulta de assuntos científicos).

Somos acostumados a prestar atenção em diversos assuntos ao mesmo tempo, enquanto o nível de aprofundamento e calma ao adquirir essas informações é muito baixo. Também estamos fadados a convivência em grupos e somos vitimas da falta de privacidade nos dias de hoje, não conseguimos viver sem nos comunicar. É só observar a disseminação do uso do e-mail, dos Mensageiros Instantâneos e dos Blogs/Redes Sociais hoje em dia. Esses fatores, sem dúvida, geram uma surpresa por parte dos alunos ao ingressar no Ensino Superior, que tantos almejam.

Se as mecânicas de aprendizado são assim hoje, no que se transformará nos anos que se seguem?




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